" Melgaço. Aldeia com 27 habitações esperava há mais de 20 anos
EDP investiu 80 mil euros para levar rede através do Parque do Gerês
A electricidade começou esta semana "a chegar" à última povoação do distrito de Viana do Castelo, em Covelo, na freguesia de Gave, Melgaço. Ao todo são 27 habitações, entre algumas em ruínas e outras transformadas em casas de fim-de-semana ou utilizadas como segunda residência para os pastores, no período de Verão. Uma espera de décadas que agora chega ao fim, fruto de um investimento de 80 mil euros.
Segundo Mário Guimarães, director da EDP-Norte, "levar a electricidade" à povoação, que a reclamava há mais de 20 anos, obrigou à construção de uma linha de média tensão 15.000 volts de 800 metros de extensão, para além de uma subestação e de toda a rede de baixa tensão, em área do Parque Nacional da Peneda-Gerês. "Para permitir uma melhor integração paisagística, a EDP construiu a rede de baixa tensão com postes de madeira", explicou Mário Guimarães, sublinhando a parceria que a eléctrica nacional estabeleceu com a Câmara de Melgaço para tornar realidade o desejo de Gave.
"Só foi possível com o empenho da autarquia. Mas é propósito da EDP levar a electricidade até todos os lugares, mesmo os que são pouco ou não habitados", sustentou. Segundo o responsável, desde esta semana que a empresa está em condições de receber os pedidos para ligação à rede e instalação do contador.
Fruto da desertificação e do progressivo abandono do pastoreio, nenhuma das habitações da branda do Covelo está actualmente ocupada, em permanência. Apenas aos fins-de-semana e em determinadas alturas do ano é que os proprietários optam por passar algum tempo nas pequenas e rústicas casas da Branda do Covelo, até agora longe das comodidades da energia eléctrica.
A chegada da electricidade está a despertar o interesse de alguns proprietários para a recuperação das habitações, mas voltando-as para o turismo. "É uma branda muito sossegada, isolada, com um clima ameno. Quase não temos gado e pastores, é uma grande oportunidade para potenciar o turismo", explicou ao DN Justino Alves, presidente da Junta de Gave. Na mesma freguesia o mesmo já foi feito numa outra branda, a da Aveleira, um aglomerado de 80 pequenas habitações, na sua maioria voltadas para o turismo. Algumas têm apenas um quarto, em que cada noite chega custar 100 euros.
Localizada em pleno vale do rio Mouro, a freguesia de Gave estende-se por 975 hectares de terras formadas sobretudo por socalcos na encosta montanhosa da serra da Peneda, contando com uma população que ronda as 700 pessoas. Silvestre Araújo, 69 anos, é um dos proprietários e aguarda a ligação à rede. "Quero recuperar a casa. Quem sabe se não vou morar para lá", confessou ao DN. Ex-emigrante em França, mora agora no centro de Gave a alguns quilómetros da branda, onde possuiu uma casa: "Pode ser que a branda volte a ganhar vida, como há 50 anos." "
Paulo Julião, Diário de Notícias, 6 / Junho /2008
Segundo Mário Guimarães, director da EDP-Norte, "levar a electricidade" à povoação, que a reclamava há mais de 20 anos, obrigou à construção de uma linha de média tensão 15.000 volts de 800 metros de extensão, para além de uma subestação e de toda a rede de baixa tensão, em área do Parque Nacional da Peneda-Gerês. "Para permitir uma melhor integração paisagística, a EDP construiu a rede de baixa tensão com postes de madeira", explicou Mário Guimarães, sublinhando a parceria que a eléctrica nacional estabeleceu com a Câmara de Melgaço para tornar realidade o desejo de Gave.
"Só foi possível com o empenho da autarquia. Mas é propósito da EDP levar a electricidade até todos os lugares, mesmo os que são pouco ou não habitados", sustentou. Segundo o responsável, desde esta semana que a empresa está em condições de receber os pedidos para ligação à rede e instalação do contador.
Fruto da desertificação e do progressivo abandono do pastoreio, nenhuma das habitações da branda do Covelo está actualmente ocupada, em permanência. Apenas aos fins-de-semana e em determinadas alturas do ano é que os proprietários optam por passar algum tempo nas pequenas e rústicas casas da Branda do Covelo, até agora longe das comodidades da energia eléctrica.
A chegada da electricidade está a despertar o interesse de alguns proprietários para a recuperação das habitações, mas voltando-as para o turismo. "É uma branda muito sossegada, isolada, com um clima ameno. Quase não temos gado e pastores, é uma grande oportunidade para potenciar o turismo", explicou ao DN Justino Alves, presidente da Junta de Gave. Na mesma freguesia o mesmo já foi feito numa outra branda, a da Aveleira, um aglomerado de 80 pequenas habitações, na sua maioria voltadas para o turismo. Algumas têm apenas um quarto, em que cada noite chega custar 100 euros.
Localizada em pleno vale do rio Mouro, a freguesia de Gave estende-se por 975 hectares de terras formadas sobretudo por socalcos na encosta montanhosa da serra da Peneda, contando com uma população que ronda as 700 pessoas. Silvestre Araújo, 69 anos, é um dos proprietários e aguarda a ligação à rede. "Quero recuperar a casa. Quem sabe se não vou morar para lá", confessou ao DN. Ex-emigrante em França, mora agora no centro de Gave a alguns quilómetros da branda, onde possuiu uma casa: "Pode ser que a branda volte a ganhar vida, como há 50 anos." "
Paulo Julião, Diário de Notícias, 6 / Junho /2008
2 comentários:
Fiquei espantado, pois nem sabia que havia aldeias sem electricidade! A ser assim, no Alentejo e em Trás-os-Montes haverá ainda muita gente sem luz! Boa semana com tudo de bom.
Uma boa semana também para si...
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