sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Museu da lanterna mágica em Melgaço

A caixa óptica que marcou toda a era do Cinema, a lanterna mágica, é a protagonista principal do "Museu de Cinema de Melgaço Jean Loup Passek". Com o nome do coleccionador francês que doou todo o seu espólio cinematográfico a uma terra do interior do Alto Minho, pela qual se encantou, o espaço museológico integra diversas lanternas mágicas de diferentes épocas.

Conta-se através destes aparelhos e muitos outros de nomes, por vezes, complicados de pronunciar, o desenrolar da história da Sétima Arte. Vale a pena visitar a colecção de Passek num antigo posto de Guarda Fiscal adaptado a museu.

No espaço inaugurado a dias da entrada do Verão de 2005, a colecção do cinéfilo francês é exibida numa exposição permanente que se distribui por várias salas do rés-do-chão. No primeiro andar, pode ser visitada uma exposição temporária sobre «O auge do Cinema Japonês de 1940 a 1990», que reúne fotografias e cartazes dos filmes japoneses mais emblemáticos. Cada fotografia tem identificados o título do filme e o ano da respectiva estreia.

Mas vamos aos aparelhos da época que antecedeu o cinematógrafo dos Irmãos Lumiére. No espaço principal dedicado ao "pré-cinema", há lanternas mágicas com as respectivas caixas e placas de vidro pintadas à mão e dispositivos com o nome de fenaquistiscópios (com os respectivos discos), zootropos e praxinoscópios. Tudo aparelhos muito populares junto do público no século XIX.

Ainda na mesma sala estão expostos cartazes que ilustram a evolução do cinema desde as suas origens até ao cinematógrafo, entre eles um dos primeiros que anunciavam cinema em sala. Já na recepção do museu, podem observar-se mais lanternas mágicas, desta vez do tipo americanas electrificadas.

Há ainda uma outra sala, a do "Mundo Novo", onde novamente se encontram aparelhos que marcaram a história do cinema, só que aqui em vez de originais há "uma reprodução de uma reprodução" de uma caixa óptica para diorama teatral. Trata-se da combinação de uma lente frontal e de um espelho situado a 45º graus que permite a sucessão de imagens contendo cada uma um detalhe suplementar em relação à precedente, criando a ilusão de perspectiva e de profundidade do campo.

Existe, também, uma reprodução de um «peep - show». Caixa óptica com um ou mais óculos que permite visualizar imagens por reflexo (efeito dia) ou transparência (efeito noite). O museu de Melgaço dispõe, finalmente, de um pequeno auditório, onde se podem observar, para além de algumas fotografias e dedicatórias sobre o cinema português, filmes sobre a exposição temporária presente no museu.


Ana Peixoto Fernandes, Jornal de Notícias, 28-10-2010

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