quarta-feira, 17 de novembro de 2010

NATO deixa "puente cerrada" até sábado


NATO deixa "puente cerrada" até sábado

"Posso passar?". "Não, minha senhora. Tem de ir aqui à frente e virar à esquerda, para apanhar a ponte nova". O diálogo entre uma automobilista e um agente da GNR repetia-se exaustivamente ontem, terça-feira, por estas palavras ou por outras mais ou menos parecidas, junto à velha ponte Eiffel, que liga Valença a Tui, que até sábado permanecerá encerrada por causa da Cimeira da NATO.

Do lado espanhol, a travessia encontra-se interdita ao trânsito e quem quer passar para Portugal tem de efectuar um desvio para o IP1 e fazê-lo pela outra ponte, que liga a cidade à Galiza, a chamada "ponte nova". Ali, na fronteira mais movimentada do país, de acordo com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, registam-se em média cerca de 18 mil entradas por dia. Números do último relatório sobre mobilidade, efectuado em Espanha.

A cada dez, quinze, vinte segundos, ou pouco mais, um carro esbarrava ontem com um aviso no gradeamento, que vedava o acesso a território português pela travessia antiga em Tui. "Puente cerrada. Desvio para Portugal por la autovia A-55", lia-se.

A escassos metros, o agente destacado para informar os inúmeros automobilistas surpreendidos pela fiscalização da fronteira, não pára: "Tem de ir por ali pelo Haley [supermercado espanhol da zona comercial de Tui, situada junto à saída para a autoestrada] e já passa, mas tem de ter bilhete de identidade, senão não passa".

Encerrados e vigiados como a ponte Eiffel de Valença, no distrito de Viana do Castelo, estão mais seis pontos de passagem da Galiza para Portugal. Três em Melgaço (Castro Laboreiro, S. Gregório e a ponte Peso-Arbo), em Monção a ponte que liga a vila a Salvaterra do Miño e em Vila Nova a travessia internacional com ligação a Tomiño.

Em Caminha, o ferry-boat "Santa Rita de Cássia", que faz o atravessamento do rio Minho para A Guarda, está a ser controlado pela Polícia Marítima. Nos restantes locais PPNA (pontos de passagem não autorizada, conforme a designação oficial) há agentes da GNR a desviar os automobilistas para o Posto de Passagem Autorizada (PPA) de Valença.

Segundo fonte oficial, contactada pelo JN no terreno, o controlo nas zonas fechadas ao acesso a partir de Espanha está a ser efectuado a tempo inteiro, apenas deixando passar o trânsito local. "Um residente de Salvaterra que queira passar para Monção pode fazê-lo, mas se for alguém de Madrid é desviado para o PPA de Valença", de acordo com a explicação prestada ao JN.


Ana Peixoto Fernandes, Jornal de Notícias, 17-11-2010

1 comentário:

Anónimo disse...

Alguém sabe se a fronteira da Ameijoeira está mesmo a ser vigiada?