"São apanhados aos milhares nas praias de Viana e os espanhóis tiram proveito disso
Parece um simples ouriço das castanhas, redondo e com espinhos, mas tem uma coloração diferente, mais escura. Dentro guarda suculentas ovas cor-de-laranja, que o mercado absorve como um produto de luxo.
Uma fábrica espanhola instalada em Melgaço é, actualmente, o principal canal de escoamento das muitas toneladas de ouriços do mar, que todos os anos são apanhadas nas praias de Viana do Castelo. A unidade pertencente à empresa "González Barrio" que há mais de 80 anos produz conservas da marca "Costera", em Gijón, nas Asturias, instalou-se recentemente na zona industrial de Penso, para, a partir dela, fabricar caviar de ouriço com matéria-prima que lhe chega principalmente da costa vianense.
O ouriço do mar não é para qualquer carteira. Uma rápida busca na Internet permite constatar que um pequeno frasco de vidro com 130 gramas pode custar cerca de 24 euros, mas nos meandros deste circuito fala-se em valores bem mais elevados.
De Belinho a Afife, passando pela Amorosa, Praia Norte e Carreço, há gente que vive da apanha do ouriço. Para exercer esta actividade apenas há que possuir uma licença que custa menos de 10 euros e ter perícia, paciência e alguma coragem para procurar nas poças no meio das rochas o bicho que é pago a peso de ouro. A apanha está regulada por uma lei que não impõe limites nem quanto ao tamanho do animal marinho nem quanto às quantidades a capturar, e pode, por isso, render muitos milhares de euros.
Segundo Martins dos Santos, comandante da Capitania do Porto de Mar de Viana do Castelo, a Direcção Geral de Pescas terá emitidas, na actualidade, mais de duas dezenas de licenças individuais na costa entre Esposende e Vila Praia de Âncora.
Ilídio Oliveira, 41 anos, residente em Areosa, Viana do Castelo, é, juntamente com o seu filho mais velho, portador de "Cartão Individual de Apanhador de Animais Marinhos". Há nove anos que se dedica a buscar, nos orifícios mais recônditos das praias vianenses, ouriços a que mais tarde serão retiradas as ovas para servir frescas, por exemplo, nos luxuosos hotéis franceses ou ser transformadas em conserva de luxo, desde paté a caviar.
É voz corrente entre os pescadores desportivos locais, a quem esta actividade desagrada, que em época de apanha - entre Outubro e Abril quando os ouriços se encontram cheio de ovas - estes animais marinhos são arrancados às toneladas do seu habitat. Escondidos por entre as rochas, são capturados na maré baixa à mão ou com objectos metálicos como as foucinhas, neste último caso numa clara transgressão da própria lei.
"É difícil para a Polícia Marítima o campo de actuação, porque as pessoas criam esquemas de vigilância, em que facilmente conseguem descartar e esconder os instrumentos. Nestas acções que vamos fazendo encontramos muitos instrumentos abandonados", declarou, ao JN, o comandante Martins dos Santos, reconhecendo: "Há contestação pelo facto de os ouriços serem apanhados em grandes quantidades, mas a legislação não impõe quantidade, e relativamente ao tamanho do ouriço também não, por isso não há nada a fazer em termos de fiscalização". O JN tentou, até ao momento sem êxito, contactar o proprietário da fábrica receptora em Melgaço."
Parece um simples ouriço das castanhas, redondo e com espinhos, mas tem uma coloração diferente, mais escura. Dentro guarda suculentas ovas cor-de-laranja, que o mercado absorve como um produto de luxo.
Uma fábrica espanhola instalada em Melgaço é, actualmente, o principal canal de escoamento das muitas toneladas de ouriços do mar, que todos os anos são apanhadas nas praias de Viana do Castelo. A unidade pertencente à empresa "González Barrio" que há mais de 80 anos produz conservas da marca "Costera", em Gijón, nas Asturias, instalou-se recentemente na zona industrial de Penso, para, a partir dela, fabricar caviar de ouriço com matéria-prima que lhe chega principalmente da costa vianense.
O ouriço do mar não é para qualquer carteira. Uma rápida busca na Internet permite constatar que um pequeno frasco de vidro com 130 gramas pode custar cerca de 24 euros, mas nos meandros deste circuito fala-se em valores bem mais elevados.
De Belinho a Afife, passando pela Amorosa, Praia Norte e Carreço, há gente que vive da apanha do ouriço. Para exercer esta actividade apenas há que possuir uma licença que custa menos de 10 euros e ter perícia, paciência e alguma coragem para procurar nas poças no meio das rochas o bicho que é pago a peso de ouro. A apanha está regulada por uma lei que não impõe limites nem quanto ao tamanho do animal marinho nem quanto às quantidades a capturar, e pode, por isso, render muitos milhares de euros.
Segundo Martins dos Santos, comandante da Capitania do Porto de Mar de Viana do Castelo, a Direcção Geral de Pescas terá emitidas, na actualidade, mais de duas dezenas de licenças individuais na costa entre Esposende e Vila Praia de Âncora.
Ilídio Oliveira, 41 anos, residente em Areosa, Viana do Castelo, é, juntamente com o seu filho mais velho, portador de "Cartão Individual de Apanhador de Animais Marinhos". Há nove anos que se dedica a buscar, nos orifícios mais recônditos das praias vianenses, ouriços a que mais tarde serão retiradas as ovas para servir frescas, por exemplo, nos luxuosos hotéis franceses ou ser transformadas em conserva de luxo, desde paté a caviar.
É voz corrente entre os pescadores desportivos locais, a quem esta actividade desagrada, que em época de apanha - entre Outubro e Abril quando os ouriços se encontram cheio de ovas - estes animais marinhos são arrancados às toneladas do seu habitat. Escondidos por entre as rochas, são capturados na maré baixa à mão ou com objectos metálicos como as foucinhas, neste último caso numa clara transgressão da própria lei.
"É difícil para a Polícia Marítima o campo de actuação, porque as pessoas criam esquemas de vigilância, em que facilmente conseguem descartar e esconder os instrumentos. Nestas acções que vamos fazendo encontramos muitos instrumentos abandonados", declarou, ao JN, o comandante Martins dos Santos, reconhecendo: "Há contestação pelo facto de os ouriços serem apanhados em grandes quantidades, mas a legislação não impõe quantidade, e relativamente ao tamanho do ouriço também não, por isso não há nada a fazer em termos de fiscalização". O JN tentou, até ao momento sem êxito, contactar o proprietário da fábrica receptora em Melgaço."
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