Há cada vez mais empresas e associações que fazem programas no rio Minho
"Nestes últimos anos temos tido uma grande solicitação, sobretudo, do rafting, e este ano, por incrível que pareça, foi o ano mais forte.
Nos outros anos estávamos a trabalhar com uma média de três mil pessoas e, este ano, ainda a época não acabou, só termina em Dezembro, e já vamos para os quatro mil participantes", referiu Anselmo Dantas, presidente da "Melgaço Radical", garantindo que houve também um significativo crescimento da procura deste desporto-aventura por parte de espanhóis.
"Procura-nos maioritariamente o público português, desde o Algarve, Lisboa, Grande Porto, Braga, Viana do Castelo, e também já tivemos uma grande solicitação a nível do estrangeiro, belgas, holandeses, franceses, ingleses, alemães e muito dos 'nuestros hermanos', desde Barcelona a Madrid, Mérida, Valladolid e de toda a zona fronteiriça, na Galiza, desde a Corunha até Vigo", evidenciou.
Única associação local no terreno, que é como quem diz, nas águas do Minho, desde finais da década de 90, a "Melgaço Radical" (desportos-aventura: rafting, rappel, slide, canoagem, tiro com arco), tem visto a concorrência crescer, com a exploração dos desportos-aventura por parte de outras associações e empresas nacionais e espanholas.
"Não temos um único fim-de-semana sem actividade, e às vezes, com espanhóis e tudo, somos aí uns 30 no rio, mas dá para todos", comenta Dantas, indicando um dos factores que mais beneficiam esta prática na região de Melgaço: "Temos a grande sorte de ter o Minho que nos permite ter actividade todo o ano. Temos rios no país, o Paiva, o Tâmega …e outros tantos que são sazonais e actualmente estão secos. Temos a felicidade de ter água todo o ano".
Durante o Verão, reduzido, por vezes, ao seu caudal ecológico - ditado pelas cinco barragens e 40 mini-hídricas existentes a montante -, o rio recebe a sua maior enchente, com gente de todas as idades, a aventurar-se num percurso alternativo de 10 quilómetros, entre a zona do Complexo Desportivo da vila e a zona de Mouretão.
No Inverno, quando o rio se torna bravio, as tão apreciadas descidas radicais do rio são apenas abertas a adultos, e acontecem ao longo de 18 quilómetros, entre a barragem da Frieira e a ponte internacional Peso/Arbo.
Nunca o troço internacional do rio Minho, entre a barragem da Frieira e Penso (Melgaço), foi tão concorrido para desportos radicais Empresas e associações não têm tido mãos a medir para responder a solicitações, sobretudo, de portugueses e espanhóis.
Colunáveis mais "radicais" divertem-se em Melgaço
Monitor de rafting há largos anos, Anselmo Dantas diz que o seu praticante na zona de Melgaço não tem um perfil definido. Descreve-o como sendo mulheres, homens e até crianças (no Verão quando o rio é menos bravio) de todas as idades, que chegam em família, aos pares ou em grupos de amigos, empresas, clubes, escolas e até unidades de saúde.
Afirma que, por norma, tem "poder de compra", e é desde o anónimo à figura pública. Além de aventura, acrescenta, também gostam de comer bem e beber melhor, até porque o vinho Alvarinho e a gastronomia tradicional são complementos às "duras" jornadas no rio. Manuel Luís Goucha, Sónia Araújo, Rui Unas, Raquel Prates, Rita Mendes, Angélico, Paulo de Carvalho - "já é nosso amigo", afirma Anselmo -, são alguns dos 'habitués' que galgam rio abaixo, entre as tradicionais pesqueiras do Minho, a bordo das embarcações da "Melgaço Radical". Políticos conhecidos do panorama nacional e internacional como Durão Barroso, que se faz acompanhar pela família, e mais recentemente Vital Moreira, que fez questão de transformar uma descida de rafting numa acção da campanha para as europeias, são outros dos "colunáveis" que Anselmo Dantas refere como fazendo parte do 'curriculum' da associação a que preside. O monitor indica ainda como seus "clientes fidelizados" equipas de hospitais de Porto, Viana e Póvoa de Varzim.
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