Peneda-Gerês é uma maravilha
O Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG) foi eleito pelos portugueses como maravilha na categoria Zonas Protegidas, derrotando o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina e a Reserva Natural da Lagoa do Fogo.
As ‘Sete Maravilhas Naturais de Portugal’ foram divulgadas em Ponta Delgada, Açores, na madrugada de ontem, após o escrutínio que registou 656.356 votos.
“Sinto-me muito satisfeito e muito feliz”, disse ao ‘Correio do Minho’ o presidente da Câmara Municipal de Terras de Bouro, que subiu na madrugada de domingo ao palco, com a madrinha da candidatura do PNPG, Rosa Mota, para receber o troféu.
“Esta é uma vitória muito importante para o Gerês e para toda a região Norte”, salientou Joaquim Cracel Viana, lembrando que o município tem agora pela frente “maiores responsabilidades”.
Confiante no aumento do número de turistas ao PNPG, o autarca disse que é necessário “criar melhores condições para acolher quem nos visita”.
Organizar melhor o trânsito e proceder a uma acção de limpeza em todo o parque nacional são as acções a desenvolver pela câmara municipal a curto prazo, garantiu Cracel Viana.
Ecovia
A criação de uma ecovia, fruto do arranjo das margens da albufeira da Caniçada, na vila do Gerês, é o projecto que a câmara de Terras de Bouro quer levar avante, garantindo o edil que “vamos fazer tudo para que o projecto se concretize”.
Durante a cerimónia, nos Açores, o autarca falou da necessidade de preservação do PNPG e manifestou a sua gratidão à madrinha da candidatura.
Afirmando que a Peneda-Gerês “é um património de Portugal e do Mundo”, Cracel Viana destacou que “ao longo dos tempos as populações souberam valorizar esta dádiva da natureza”, sendo por isso “uma honra receber este prémio”.
Rosa Mota declarou publicamente que aceitou ser madrinha do Parque Nacional da Peneda-Gerês “por amor à natureza” e lançou o desafio: “é ir lá e ver”.
De referir, ainda, que o PNPG partilhou o título de maravilha com mais seis paisagens. O arquipélago dos Açores foi a única região do país que conquistou duas vitórias - a Lagoa das Sete Cidades (categoria Zonas Aquáticas não Marinhas) e a Paisagem Vulcânica do Pico (na categoria Grandes Relevos).
Na categoria Praias e Falésias, a ‘maravilha’ natural escolhida foi o Portinho da Arrábida, sendo a Floresta Laurissilva da Madeira a escolhida na categoria Florestas e Matas. Na categoria Grutas e Cavernas, a vitória foi para as Grutas de Mira de Aire, conquistando a Ria Formosa, no Algarve, o primeiro lugar na categoria Zonas Marinhas.
Vera Batista Martins, Correio do Minho, 13-09-2010
Que maravilha, aqui tão perto…
Os portugueses escolheram o Parque Nacional da Peneda-Gerês como uma das Sete Maravilhas Naturais de Portugal. Na categoria de Zonas Protegidas, derrotou o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina e a Reserva Natural da Lagoa do Fogo. Adversários difíceis, sem dúvida. Quem conhece o Gerês, ou pelo menos parte dele, não poderá ficar indiferente a esta escolha. São quilómetros e quilómetros de uma paisagem deslumbrante, cuja beleza nos faz perder os olhos no horizonte. Uma maravilha, ao alcance de todos e tão perto…
O prémio traz, no entanto, um acrescer de responsabilidades. Para quem visita e para quem gere. Deve-se a estes uma procura constante de obtenção de mais-valias para a região, objectivando na preservação e no cuidado a principal prioridade, incentivando, ao mesmo tempo, uma cumplicidade natural entre o homem e a Natureza.
Mas outras metas terão que ser atingidas, nomeadamente na divulgação deste destino turístico único, chamando ao Parque Nacional não só quem visita os concelhos que dele fazem parte – Melgaço, Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, Terras do Bouro e Montalegre – mas também quem deambula por terras vizinhas, desde a restante região Norte de Portugal até às fronteiras com a Galiza.
E muito há a fazer. Principalmente porque os incêndios dizimaram este ano, e noutros, grandes áreas de carvalhos e pinheiros, além de várias espécies protegidas como o azevinho e o medronheiro. E com eles, muitos animais selvagens.
Prejuízos que exigem uma rápida intervenção do Estado e que se reflectem ao longo do ano.
Somam-se a isto as despesas dos proprietários dos terrenos florestados, comerciantes e empresários de restauração que trabalham em toda a área da Peneda-Gerês, não vendo retorno dos seus investimentos.
Exige-se, por isso, urgência na reflorestação das áreas ardidas, apoio ao investimento florestal e maior sensibilização da sociedade civil para a limpeza e preservação de matas, baldios e florestas.
Não podemos esquecer que, só durante o mês de Agosto, arderam em toda aquela área protegida mais de oito mil hectares.
Todos temos a responsabilidade de ajudar a preservar e defender o Parque Nacional da Peneda-Gerês. Pela sua riqueza e pela sua beleza. Assim o saibamos fazer…
Diário do Minho, 13-09-2010
Sem comentários:
Enviar um comentário