segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Melgaço continua de costas voltadas para a Confraria do Alvarinho

"O presidente da Câmara de Monção, José Emílio Moreira, foi este domingo, o único autarca presente entre os 65 novos confrades que a Real Confraria do Vinho Alvarinho admitiu numa primeira cerimónia de entronização.

O grande ausente foi Rui Solheiro,
que dirige a outra autarquia (Melgaço), que além de Monção,
pertence à sub-região produtora do vinho que dá nome à nova congregação. O espectro da rivalidade existente entre os dois concelhos produtores de alvarinho fez-se notar, mas a Confraria expressou o desejo de união.

"Melgaço está de costas voltadas. O presidente da Câmara foi dos primeiros a ser convidados para fazer parte da Confraria só que ele entende que o nome, que já existe há muito tempo, da Sub-Região de Monção, escolhido pela Comissão dos Vinhos Verdes e que engloba os concelhos de Monção e Melgaço, devia ser Sub-Região de Monção e Melgaço e alega que enquanto não modificarem o nome …" lamentou o grão-mestre José Pinheiro, sublinhando: "Esta confraria foi feita precisamente para unir os dois concelhos, mas ele não compreende assim". "Estou convencido que irá entrar numa segunda entronização que estamos a pensar fazer em Melgaço", acrescentou.

A entronização de ontem abriu a porta a 58 homens e sete mulheres ligados à produção de vinho
Alvarinho, os que os intitula de Mestres-Fundadores e Oficiais. Destes apenas sete pertencem a Melgaço. "Inicialmente não aderiram, mas depois foram entrando e agora já há mais 30 inscrições de Melgaço para fazer parte da Confraria a partir da próxima Primavera", garante Pinheiro.

O apelo à união da região produtora (40 marcas de alvarinho actualmente), ouviu-se também do
autarca/confrade de Monção. "Quando vemos grandes gigantes dos vários sectores a juntarem-se e nós tão pequeninos mantemos esta mentalidade ultrapassada de minifúndio mental, isso só nos prejudica", lamentou Moreira".

1 comentário:

Eira-Velha disse...

Quando oiço falar de "confrarias" fico logo desconfiado, lembra-me seitas, "famílias" à italiana...
E quando se fala de vinho alvarinho há que pensar mais naqueles que "vergam" a espinha para o produzir do que nos "especialistas" que só sabem beber...
Não sei se vale a pena continuar a despender energias com bagatelas como essa que tem de costas voltadas os produtores, ou nem tanto, de Melgaço e de Monção.