segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Ceia de Natal junta família... num hotel



Ceia de Natal junta família... num hotel

É uma forma de reinventar a tradição. Os preços são variados, desde os 125 até aos 600 euros. Há hotéis quase lotados


Passar o Natal em família ainda vai sendo uma tradição, mas para trás começam a ficar a azáfama, limpezas e horas de cozinha para preparar a ceia mais importante do ano. É que passar a noite no hotel, sem correrias ou preocupações, mais do que uma moda, começa a ser uma nova forma de reinventar o Natal português. E apesar dos preços, há hotéis que já estão quase cheios.

"O Natal em família é uma tradição para mim, para a minha mãe e para os meus irmãos. Mas isso não quer dizer que se esteja em casa, a ver as mulheres na cozinha a tratar de tudo", começa por contar ao DN Fernando Miranda, que viaja com mais 24 elementos da família para Melgaço, onde vai passar o Natal no Hotel Monte do Prado.

"A minha mãe tem 86 anos e já não conseguia tratar de organizar, então passaram a ser os filhos a fazê-lo. Quando chegou a minha vez perguntei à minha mulher se queria uma prenda melhor ou ficar sentada sem fazer nada no Natal. Passámos a ir para o hotel", recorda.

Ainda assim, este gerente bancário do Porto, de 48 anos, reconhece que no primeiro ano que o fez alguns familiares ainda "torceram o nariz", até porque era ele o mais novo dos sete filhos de Rosa dos Santos Ferreira. "Diziam que assim já não era Natal, que a mãe não ia gostar. Mas depois todos perceberam que este é o verdadeiro espírito de Natal em família, em que ninguém está preocupado com a azáfama da cozinha", recorda.

A ideia fez sucesso. Este ano vai ter uma adesão-recorde de 25 familiares - ao todo, a família tem 33 elementos - entre os quais três avós, seis irmãos (entre eles o mentor da ideia), 12 netos, três bisnetos, sem esquecer até um sobrinho que viaja propositadamente de Moçambique pela curiosidade em participar nesta ceia de Natal no hotel. A satisfação é tal que o grupo volta ao mesmo hotel, uma semana depois, para a passagem de ano.

Na fronteira com a Galiza, o Hotel Monte do Prado, de quatro estrelas, antecipa uma taxa de ocupação para a ceia de Natal de 70% da capacidade total. "Clientes nacionais e que nos procuram, normalmente em família, para passar esta quadra de uma maneira mais confortável e acolhedora, sem o rebuliço habitual e o trabalho associado à época", explicou ao DN Joana Lourenço, directora de alojamento daquela unidade, localizada em Melgaço.

"O hotel já possui, inclusivamente, clientes habituais nesta altura do ano que nos escolhem para passar a consoada", acrescenta, sendo a família de Fernando Miranda um exemplo desta nova realidade.

Aqui, os preços variam entre os 125 e os quase 300 euros, conforme o pacote escolhido, no qual não falta o bacalhau cozido, o peru e "já à lareira" doces como filhós, rabanadas de ovos, barrigas de freira e, claro está, vinho do Porto.

Mas o sucesso estende-se a outros hotéis da região, que, ainda a duas semanas da consoada, variam entre taxas de ocupação na ordem dos 30% e mais de metade da lotação.


2 comentários:

Anónimo disse...

Duas coisas:

O nome do Parque é Parque Nacional e não Parque Natural.

O verbo era utilizado por pessoas de Castro que iam trabalhar para Trás os Montes e não para França.

M. disse...

Anónimo, está certo em relação às duas coisas.

Penso que o seu comentário se refere à notícia publicada num outro post, "Inverneiras e brandas, a vida loba de Castro Laboreiro". Uma reportagem do Jornal I, tal como está referido no post.