segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Câmaras preparam-se para apagar a luz à noite

Autarcas do distrito de Viana do Castelo estudam suspensão da iluminação pública. Contam, com isso, poupar 70 mil euros.

Os concelhos do distrito de Viana do Castelo estão a estudar a melhor forma de compensar os previstos cortes nas transferências do Estado para as autarquias, e nas despesas correntes há um factor de poupança que já está identificado e que é rápido retorno: a iluminação pública. O corte na luz será concertado por todos os dez concelhos da Comunidade Intermunicipal do Alto-Minho (CIM), e o autarca de Melgaço, líder daquela estrutura, já fez as contas, garantindo que a medida, a entrar em vigor no orçamento para 2011, representará uma poupança anual de 70 mil euros.

Actualmente, a iluminação pública, em todo o concelho, representa uma despesa de 250 mil euros anuais, a pagar à EDP, mas a factura vai assim reduzir substancialmente. "Estamos a falar de um corte de mais de 30%, mas claro que obedecendo a algumas preocupações. Por exemplo, nos centros históricos, onde há muito comércio, não se pode cortar totalmente", explicou ao DN Rui Solheiro, presidente da autarquia.

No caso de Melgaço, a iluminação pública é ligada e desligada automaticamente, por sensores, o que nesta altura do ano acontece entre as 18.00 e as 7.00 do dia seguinte. Com a proposta que a autarquia tem em cima da mesa, prevê-se desligar um terço (uma em cada três lâmpadas) da iluminação no centro da vila. Nas freguesias, entre as 02.00 e as 05.00, o "apagão" será total.

"Representa uma forma rápida de podermos cortar nos gastos correntes e para as populações, tendo em conta as horas de que estamos a falar, não representa qualquer prejuízo", acrescentou o líder socialista de Melgaço.

Nos próximos dias deverá ser anunciada uma posição conjunta dos dez autarcas, no entanto, admitem que os cortes na iluminação obedecerão a critérios próprios, e que poderão não ser totais nas freguesias com maior movimento nocturno. "Não será nenhum apagão feito de forma cega, mas sim a pensar no equilíbrio das contas municipais e até no meio ambiente", defendeu o autarca.

Nas dez câmaras do distrito, o objectivo passa por estabelecer um "apagão" a partir de determinadas horas da madrugada, que não "causem prejuízo às populações" mas que permitam reduzir a factura da electricidade. No total, a CIM admite que a poupança poderá chegar ainda aos 50%, tendo em conta que acresce a aprovação de uma candidatura aos fundos comunitários do QREN, para a colocação de redutores de consumo de energia.


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